Dossiê secreto com “favoritos” circula antes da eleição para novo papa

Lista tem nomes para o conclave que ocorrerá na próxima quarta-feira (7/5), após a morte do papa Francisco

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Os cardeais que participam do conclave, marcado para iniciar nesta quarta-feira (7), na Capela Sistina, receberam um dossiê secreto com 20 nomes de possíveis papas. A lista, segundo um dos candidatos, tinha o objetivo de influenciar nas eleições e direcionar os votos durante a escolha do próximo pontífice. As informações são do Estadão.

Entre os cardeais citados no dossiê estava o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, que está entre os nomes que podem se eleger papa. De acordo com o cardeal ouvido pelo Estadão, que não foi identificado, as tentativas de influenciar o processo do conclave não vêm apenas de fora da Igreja:

— Vêm de dentro também. Tem influências internas que buscam de alguma forma criar uma atmosfera que não ajuda. Gente com saudade de um tempo que não existe mais. Nós não podemos nunca perder de vista que nós estamos no tempo e, como dizia o compositor e cantor, o tempo não para. E nós também não podemos parar no tempo.

O documento, conforme um dos cardeiais, era de ótima qualidade e tinha “muito dinheiro” envolvido.

— Ali tem muito dinheiro. Quem fez fez com gosto. É um totopapa (uma loteria papal) — disse.

Fofocas, polêmicas e intrigas marcam o pré-conclave

Ainda de acordo com o cardeal, a distribuição do dossiê está entre “as bobagens” que começaram a circular recentemente sobre o conclave. Neste sábado (3), a Casa Branca publicou uma imagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vestido como papa. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, não comentou sobre o caso.

As fofocas que antecedem o conclave afetam “amplos setores da Igreja”, ou seja, parte tanto de conservadores quanto de progressistas, disse o cardeal.

— Seja num sentido ou no outro. Os que querem ir avante e pedem coragem. O espírito de Deus é que age sobre nós. Se perdemos a dimensão da fé, vamos fazer outra coisa — fala.

Além dos nomes que podem se eleger papas, as polêmicas pré-conclave envolvem também cardeais que não estão elegíveis para o pontificado. Entre eles, o italiano Giovanni Angelo, que foi afastado por Francisco sob a acusação de malversação de fundos do Vaticano. Ele foi condenado em primeira instância e, após a morte do papa, manifestou seu desejo de ir a Roma, mas acabou desistindo após perceber que seria impedido.

Outro nome polêmico envolve o cardeal peruano Juan Luis Cipriani, que compareceu às congregações apesar de ser acusado de abusos sexuais e de ter sido proibido por Francisco de usar hábitos ou símbolos cardinalícios.

Como funciona o conclave

Os cardeais eleitores ficam fechados dentro do Vaticano durante o conclave, em uma área chamada de “zona de Conclave”. Eles também fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo. As votações acontecem dentro da Capela Sistina. Um cardeal precisa receber dois terços dos votos para ser eleito. Os votos são secretos, e depois de serem contabilizados são queimados.

Até quatro votações podem ser realizadas por dia, duas pela manhã e duas à tarde. Caso os cardeais não tenham a maioria dos votos depois do terceiro dia de Conclave, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito.

Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de “segundo turno”. Mesmo assim, é preciso que o novo papa atinja dois terços do voto para ser eleito.

Nas eleições de Francisco, em 2013, e Bento XVI, em 2005, os conclaves terminaram em apenas dois dias. De modo geral, as eleições dos últimos 100 anos foram rapidamente resolvidas.

Conclave começa na quarta-feira (7) (Foto: Vatican Media, Reprodução)

Por https://www.nsctotal.com.br/

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