Imagine descobrir que uma pedra gigante vinda do espaço pode estar passando de raspão nesse momento no nosso planeta. É o que acontece frequentemente: asteroides de tamanhos variados circulam pelo Sistema Solar e chegam bem perto da Terra. Para detectar qualquer tipo de ameaça de colisão ao nosso planeta, a Nasa monitora constantemente cada movimento de algumas rochas perdidas por aí.
A agência governamental americana acompanha diversos objetos astronômicos no espaço, mas para serem classificados como “potencialmente perigosos”, eles precisam ter mais de 140 metros de diâmetro e se aproximar a menos de 7,5 milhões de quilômetros da Terra.
“O monitoramento desses objetos é um passo essencial para a preservação do nosso planeta. Do ponto de vista astronômico, a Terra encontra-se em um ‘campo de batalha’ cósmico e através do monitoramento dos asteroides, os astrônomos tentam detectar com antecedência o aparecimento dessas rochas espaciais. Por mais que o asteroide seja considerado pequeno, o impacto pode trazer consequências devastadoras”, explica o professor de física Guilherme Schinzel, do Colégio Marista João Paulo II, em Brasília.
Os oito principais asteroides monitorados pela Nasa
- Bennu: asteroide tem 490 metros de diâmetro e pode colidir com a Terra no século 22.
- Apophis: era considerado uma ameaça significativa devido a possíveis impactos em 2029 e 2036, mas análises posteriores descartaram essas possibilidades.
- 2024 YR4: tinha a probabilidade de acertar a Terra em 2032, porém um novo um novo cálculo feito pela Nasa mostra que o asteroide agora pode estar em rota de colisão com a Lua.
- 2011 UL21: o asteroide é conhecido como “assassino de planetas” também orbita o sol e, em junho de 2024, passou perto da Terra.
- 1950 DA: apresenta chance extremamente baixa de colisão em 2880, mas ainda assim é acompanhado.
- 2007 FT3: é monitorado devido à sua órbita, que o traz relativamente próximo à Terra.
- 1979 XB: é acompanhado de perto por sua trajetória que cruza a órbita terrestre, tornando-o um objeto de interesse para a defesa planetária.
- 2023 DW: foi descoberto em 2023 e apresentou uma pequena chance de impacto em 2046, mas observações reduziram significativamente essa probabilidade.
- 2002 NV16: não representa ameaça iminente, porém passou próximo à Terra em outubro de 2024.
Medidas evitar possíveis impactos
Um impacto muito grande de um asteroide na Terra poderia ser catastrófico, como foi o caso do objeto astronômico que extinguiu os dinossauros há 66 milhões de anos. Um evento desse causaria efeitos devastadores que incluem incêndios, tsunamis e mudanças climáticas extremas. Por isso, o monitoramento constante é essencial.
Mesmo se o asteroide chegar perto o suficiente para ser considerado uma ameaça, os cientistas já estão desenvolvendo maneiras para desviar ou destruir o objeto e manter nosso planeta à salvo.
“Existem estratégias como o impacto cinético (colisão de uma nave para alterar sua trajetória) e desvio gravitacional (uso da gravidade de uma sonda para modificar sua órbita). A Nasa já testou com sucesso a missão Dart, que alterou a trajetória de um asteroide pequeno”, aponta o professor de geografia Rodrigo Otávio Mendes, do Colégio Católica Brasília.
Imagem: Getty Images
Por Metropoles