Leão XIV: saiba detalhes da trajetória do monge que assumiu o papado

Robert Prevost tornou-se o primeiro papa norte-americano da história. O pontífice era próximo de Francisco e tem histórico missionário

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O mundo viu surgir o novo papa, nessa quinta-feira (8/5), após 133 cardeais definirem como o próximo líder máximo da Igreja Católica Robert Francis Prevost, de 69 anos. O pontífice escolheu se chamar Leão XIVdando continuidade a um dos nomes mais antigos de papas.

Em entrevista ao Metrópoles, Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, destacou que Prevost é um monge, “o que traz a ele a moderação” e um indicativo de que “também seguirá a linha de Francisco”, dando continuidade às reformas iniciadas pelo antecessor.

Robert Prevost foi nomeado cardeal pelo papa Francisco em 2023, quando ele passou a ocupar o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, uma das mais importantes funções da Cúria Romana. Sua trajetória religiosa junta a experiência missionária com sólida formação acadêmica e com capacidade de liderança pastoral.

Semelhanças com o papa Francisco

O novo papa tem demonstrado sintonia com o papa Francisco. Além da relação próxima que eles mantiveram na administração da Igreja, Prevost é considerado um colaborador, com espírito sinodal e atenção às periferias. Sua nomeação como cardeal confirmou a relação de confiança entre os dois.

Em entrevista ao boletim Metrópoles, o teólogo Gerson Leite de Moraes disse acreditar que Leão XIV vai respeitar o legado do papa Francisco e terá um olhar de carinho com a América Latina. “Este novo papa me parece, no seu primeiro discurso, ser alguém bastante equilibrado, alguém de uma linha moderada”, explica.

Na visão de Leite, a experiência do Santo Padre no Peru fará com que o pontífice trate a América Latina a partir de sua própria experiência. Diante disso, o teólogo também analisou a relação de Leão XIV, primeiro papa norte-americano, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“A América Latina não será um quintal dos Estados Unidos, apesar de termos um papa estadunidense. Donald Trump escreveu [nas redes sociais] que gostaria de conhecer o novo papa. Isso demonstra que ele não o conhece. Talvez, ele espere um papa mais subserviente, fato que não vai acontecer”, afirmou.

Atuação no Peru

Leão XIV é agostiniano de origem, atuou no Peru por mais de uma década, como bispo de Chiclayo, sendo depois chamado a Roma para exercer cargos de governo em sua ordem religiosa. Mais tarde, foi chamado para colaborar diretamente com o papa Francisco.

O novo papa foi, ainda, superior provincial da Província de Chicago dos Agostinianos, prior geral da Ordem de Santo Agostinho (2001–2013), membro da Congregação para o Clero e, desde janeiro de 2023, atuava como prefeito do Dicastério para os Bispos, assessorando diretamente o papa na escolha de novos bispos no mundo inteiro.

Origem do novo papa

Robert Prevost nasceu em 14 de setembro de 1955, em Chicago, Illinois, nos Estados Unidos. Ele foi ordenado sacerdote em 19 de junho de 1982, na Ordem de Santo Agostinho, após ter professado seus votos religiosos em 1981.

Leão XIV é doutor em direito canônico pela Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino (Angelicum), em Roma. Além disso, ele é formado em matemática e completou os estudos filosóficos e teológicos nos Estados Unidos. O novo papa é fluente em espanhol, francês, italiano e inglês.

Linha de atuação

Prevost é marcado pela experiência missionária e por sua vivência em realidades eclesiais muito distintas. Ele traz como marcas de seu ministério a escuta, o discernimento sinodal e a formação sólida dos pastores da Igreja Católica. Sua liderança pastoral é marcada por uma espiritualidade enraizada na tradição agostiniana e por uma preocupação com o cuidado do povo de Deus.

Apesar de não ser conhecido por longas obras doutrinais, o novo papa sempre valorizou a fidelidade ao magistério, a vida comunitária e o espírito missionário. Como superior geral, escreveu cartas e reflexões voltadas à formação religiosa e à comunhão entre as comunidades.

Desde que assumiu o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, sua influência aumentou consideravelmente, fazendo com que ele virasse uma das figuras-chave na nomeação de novos bispos e no encaminhamento de processos disciplinares e de avaliação episcopal em todo o mundo. Seu perfil conciliador, acessível e firme o tornou uma voz de confiança junto ao papa Francisco.

Ele diz gostar de música clássica, leitura espiritual e é profundamente devoto de Santo Agostinho. Durante seu tempo no Peru, era conhecido por andar a pé pelas comunidades e celebrar com simplicidade e alegria.

Sua atuação no governo da Ordem dos Agostinianos foi marcada por um forte impulso missionário, tendo visitado comunidades em mais de 40 países. Embora discreto, ele já vinha sendo uma das vozes mais escutadas dentro do Vaticano.

Imagem: Vatican News

Por Metropoles

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