O conclave que elegerá o novo papa terá início nesta quarta-feira (7/5), no Vaticano. O processo, marcado pela tradição e sigilo, reunirá 133 cardeais eleitores na Capela Sistina, onde ocorrerá a votação. Antes disso, o primeiro dia será dedicado a ritos religiosos e preparativos espirituais, incluindo missa, orações e juramentos.
A programação oficial começa às 10h (horário local, 5h em Brasília), com a celebração da missa “Pro Eligendo Romano Pontifice”, na Basílica de São Pedro. Todos os cardeais eleitores devem participar da cerimônia, que marca o início formal do conclave. Após o almoço no refeitório da Casa Santa Marta, os clérigos voltam a se reunir à tarde.
Às 16h30 (11h30 em Brasília), os cardeais seguem para a Capela Paulina, onde fazem uma oração antes do início do processo eleitoral. Em seguida, caminham em procissão solene até a Capela Sistina, local onde permanecerão em reclusão até que o novo pontífice seja escolhido.
Já na Capela Sistina, os eleitores fazem um juramento, conforme estabelece o parágrafo 53 da constituição apostólica Universi Dominici Gregis. Nele, os cardeais se comprometem a manter sigilo absoluto sobre tudo o que se refere à eleição e a não permitir qualquer forma de interferência externa. Também assumem, caso sejam eleitos, a responsabilidade de exercer fielmente o papel de papa.
Arte Metrópoles
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Concluído o juramento, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias anuncia o “extra omnes” — expressão em latim que ordena a saída de todos os que não participam da eleição. A partir desse momento, os cardeais ficam completamente isolados: não podem se comunicar com o exterior, enviar ou receber mensagens, acessar meios de comunicação ou fazer ligações, salvo em emergências graves.
Depois da retirada de todos os não eleitores, um eclesiástico designado ministra uma meditação final, que, segundo o Vaticano, tem como objetivo lembrar a responsabilidade espiritual da escolha e a importância da pureza de intenções. Terminada essa reflexão, os cardeais rezam novamente e o decano pergunta se estão prontos para votar ou se ainda há dúvidas sobre o processo.
A votação
De acordo com as normas da Santa Sé, o candidato eleito precisa receber dois terços dos votos. Com 133 cardeais presentes, são necessários 89 votos válidos para que um novo papa seja escolhido.
Gabriel Lucas/Arte Metrópoles e Dan Kitwood/Getty Images
Ao final de cada turno de votação, as cédulas são queimadas. A fumaça preta indica que ainda não houve consenso; a fumaça branca sinaliza a eleição do novo pontífice.
Embora o conclave não tenha duração máxima definida — o mais longo já registrado durou quase três anos —, a expectativa entre os cardeais ouvidos nos últimos dias é de que o processo atual seja concluído em dois ou três dias.
Por Metropoles
